05 novembro 2007

Histórias, Lendas e Contos de Natal Natal é a época do ano http://HISTÓRIAS em que as pessoas ficam mais cheias de vida, amor, alegria, criando uclima festivo, de paz e fraternidade. O Natal é a data mais importante do calendário cristão, quando é celebrado o nascimento do Menino Jesus. Mas quando falamos sobre Natal, podemos abrir um leque de histórias, contos e tradições, que até hoje são transmitidas de geração a geração.Para que sua festa fique ainda mais bonita e alegre, vamos contar um pouco sobre as histórias que existem por trás de alguns símbolos e enfeites natalinos, e vamos expor o que eles representam para esta época de harmonia e paz entre amigos e familiares.Para o mundo cristão, o Natal é a festa religiosa que comemora o nascimento de Jesus Cristo.Povos de outras religiões, principalmente orientais, não celebram essa festa.A tradição moderna propõe a troca de presentes na noite de Natal. Mas essa também é uma época de trocar mensagens afetuosas com parentes e amigos. Universal, abrangente, calorosa ­ assim é a festa de Natal, que envolve a todos. Uma das mais coloridas celebrações da humanidade, é a maior festa da cristandade, da civilização surgida do cristianismo no Ocidente. Época em que toda a fantasia é permitida. Não há quem consiga ignorar a data por mais que conteste a importação norte-americana nos simbolismos: neve, Papai Noel vestido com roupa de lã e botas, castanhas, trenós, renas. Até os antinatalinos acabam em concessões, um presentinho aqui, outro acolá. Uma estrelinha de belém na porta de casa, uma luzinha, um mimo para marcar a celebração da vida, que é o autêntico sentido da festa. Independente do consumismo, tão marcante, o Natal mantém símbolos sagrados do dom, do mistério e da gratIDÃO. Simbologia:Desde a sua origem, o Natal é carregado de magia. Gritos, cantigas, forma rudimentar do culto, um rito de cunho teatral, o drama litúrgico ou religioso medieval ganha modificações no decorrer dos séculos. Dos templos, a teatralização ganha praças, largos, ruas e vielas, carros ambulantes, autos sacramentais e natalinos. Os dignatários da Igreja promoviam espetáculos. Na evolução da história está a compreensão de todos os símbolos de Natal. Árvore - Representa a vida renovada, o nascimento de Jesus. O pinheiro foi escolhido por suas folhas sempre verdes, cheias de vida. Papai Noel – Foi inspirado em Nicolau, jovem nascido no inicio da era cristã. Era caridoso e muito afetuoso com as crianças.Presentes - Simbolizam as ofertas dos três reis magos. Hábito anterior ao nascimento de Cristo. Velas - Representam a boa vontade. No passado europeu, apareciam nas janelas, indicando que os moradores estavam receptivos. Estrela - No topo do pinheiro, representa a esperança dos reis-magos em encontrar o filho de Deus. A estrela guia os orientou até o estábulo onde nasceu Jesus. Cartões - Surgiram na Inglaterra em 1843, criados por John C. Horsley que o deu a Henry Cole, amigo que sugeriu fazer cartas rápidas para felicitar conjuntamente os familiares. Comidas típicas - O simbolismo que o alimento tem na mesa vem das sociedades antigas que passavam fome e encontravam na carne, o mais importante prato, uma forma de reverenciar a Deus. Presépio - Reproduz o nascimento de Jesus.O Ciclo Natalino - O ciclo natalino inicia-se na véspera do Natal, 24 de dezembro, e vai até o dia de Reis, 6 de janeiro. Para acompanhar esse período, é preciso manter a ingenuidade de uma criancinha, a esperança de um amanhecer ensolarado, a ternura de um botão de rosas e a leveza de uma linda borboleta Um Sonho de NatalLuzinha era uma estrela bem miudinha que morava lá no céu, misturada com as outras, brincando de piscar. Quando chegava o mês de dezembro, ficava sonhando...Sonhava ser estrela do Natal, bem brilhante e bonita.E suspirava: "Como seria bom todo mundo olhando para mim, lá de baixo, com o coração contente!"Mas ela sabia que não tinha tamanho para isso... Que aquela noite era muito especial e precisava de um brilho bem fortão, que iluminasse os olhos das pessoas. Parecia mesmo um desejo impossível de realizar. Mas, bem no dia 24, a estrela de Natal ficou doente! Tudo porque um raio de sol escapou de seu lugar e caiu direto nela. Agora ela estava ardida e toda vermelhinha, sem o brilho de sempre. Até ficar boa, já seria o ano novo.Então Luzinha teve uma idéia! E o seu sonho salvou aquele Natal. Quem olhava para o céu, nem notava a diferença. Lá estavam todas as estrelas miudinhas, num abraço apertado! Por acaso você saberia, se eu não tivesse contado? A LENDA DA ÁRVORE DE NATALNum pequeno bosque, próximo a Belém, havia um pinheiro de pequena estatura. Na primavera essa árvore não se cobria de flores, como as outras plantas, pois era uma arvorezinha modesta.Na noite de Natal ouviu-se uma voz dizendo:-Nasceu Jesus em Belém.Num instante, todos os habitantes do bosque, as árvores, as plantas e os animais de toda espécie resolveram ir a Belém, para ver aquele, de quem se dizia ser o Senhor vindo à terra!Porém o pinheirinho, pequenino, estava preso na terra. Fez muita força, demorou muito tempo, mas conseguiu se libertar.Todos os habitantes do bosque já iam longe e o pinheirinho, continuou firme no caminho. Estava cansado, pois a distância era grande.Lá no céu, os anjinhos observaram a perseverança da pequena árvore, insistindo em chegar a Belém.Com pena, recolheram no céu muitas estrelinhas e trouxeram para a terra, colocando-as no pinheirinho. O pinheirinho ficou lindo! Todo ilumMINADO. Canções Natalinas: CANÇÕES NATALINASA mais popular das músicas da noite de Natal, “Noite Feliz”, foi criada pelo padre Joseph Franz Mohr e pelo professor Franz Xavier Grueber. A letra veio da inspiração do padre, em uma noite estrelada, que ficou imaginando como teria sido a noite em Belém, quando Jesus nasceu. Escreveu a letra em forma de poema, uniu a melodia presenteada pelo compositor Grueber e utilizou-a na Missa do Galo de 1818. Hoje, “Noite Feliz” é cantada em inúmeros idiomas.1- Noite felizNoite feliz, Noite feliz,O Senhor, Deus de amor,pobrezinho nasceu em Belém.Eis na lapa Jesus, nosso bem.Dorme em paz, oh Jesus.Dorme em paz, oh Jesus.Noite de paz! Noite de amor!Tudo dorme em redor,entre os astros que espargem a luz,indicando o Menino Jesus.Brilha a estrela da paz.Noite de paz! Noite de amor!Nas campinas ao pastor,Lindos anjos mandados por Deus,Anunciam a nova dos céus;Nasce o bom Salvador!Noite de paz! Noite de amor!Oh, que belo resplendorIlumina a o Menino Jesus!No presépio, do mundo eis a luz,Sol de eterno fulgor!2- Bate o SinoHoje a noite é bela Juntos eu e ela Vamos a capela Felizes a rezar. Ao soar o sino Sino pequenino Vem o Deus-Menino Nos abençoar. Bate o sino pequenino sino de BelémJá nasceu o Deus menino para o nosso bem!É Natal, é Natal sininhos de luz!Replicai, badalai que nasceu Jesus!Paz na Terra pede o sino alegre a cantar!Abençoe, Deus Menino sempre o nosso lar!3- AnoiteceuAnoiteceu, o sino gemeu, a gente ficou, feliz a rezar. Papai Noel, vê se você tem, a felicidade prá você me dar. Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel. Bem assim felicidade, eu pensei que fosse uma brincadeira de papel. Já faz tempo que pedi, mas o meu Papai Noel não vem. Com certeza já morreu ou então felicidade é brinquedo que não tem.

PROJETO: FELIZ NATAL

projeto Feliz Natal JUSTIFICATIVA: Trabalhar o tema Natal é de grande importância para as crianças onde estaremos informando a verdadeira historia do nascimento de Jesus e sua família. Na oportunidade, estaremos falando de um tema universal (religião) sem priorizar nenhuma. As crianças, assim como os adultos, precisam do espírito do Natal para manter acesa a chama da alegria, da esperança e da confraternização, desmistificando assim a relação Natal x Comércio. Este projeto vem resgatar a origem do Natal, seu significado para a humanidade ao longo desses 2007 anos de história, pós nascimento de Jesus Cristo. OBJETIVO GERAL: • Despertar na criança o interesse pela a história do Natal, seu significado e pelo nascimento de Jesus Cristo. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: • Compreender o verdadeiro significado do Natal. • Despertar o sentimento do Natal. • Identificar o Natal como uma das principais festas cristãs. • Trabalhar e reconhecer os símbolos natalinos (árvore, sino, vela, estrela, Papai Noel, presépio etc). • Conhecer e discutir sobre o natal de nossa cidade. • Analisar a importância da união e confraternização entre irmãos. • Identificar a sagrada família como exemplo de família cristã. • Armar um presépio. • Estimular a socialização. • Desenvolver a coordenação morora,o raciocínio lógico, a expressão corporal, visual e a oral, percepção auditiva e visual da criança. Procedimentos Metodológicos: Português: leitura, produção e reestruturação de textos. História: Fato histórico da época. Geografia: clima, localização, geografia e econômia. Ciências: vegetação. Matemática: Linha de tempo, localizando fatos da história de acordo com a data que ocorreu, situações problema envolvendo fatos da história. Música: Aa letras e músicas natalinas. Arte: Confecção de presépio, árvores, de natal, cartões com mensagens natalinas, máscaras do Papai Noel e dramatizações, etc. 1 nov (6 dias atrás) Daina Maia Sugestões de Atividades: • Utilizar a leitura como fonte de pesquisa e informação. • Pseudo-leitura de textos diversos: bíblicos, informativos, poemas, jograis, paródias, músicas, histórias, contos, versinhos, versículos etc. • Excursões á uma igreja, a presépios armados,etc. • Produção de textos. • Reestruturação de textos. • Escrita através da cópia, escrita espontânea, traçados do ditado, desenho. • Atividades psicomotoras de alinhavo, traçados, modelagem, corporais, jogos recreativos e brincadeiras. • Recorte de letras para a formação de palavras, acrósticos e frases sobre o Natal e o nascimento do menino Jesus. • Colagem, recorte, dobradura e pintura sobre os símbolos natalinos. • Exibição de vídeos. • Audições e ilustrações de músicas natalinas • Tarefas mimeografadas, no caderno, no papel metro, computador etc. • Paródias • Produção de peças teatrais. • Ensaios de coral e coreografias. • Entrevista a pessoas da comunidade, lideres religiosos. • Confecção de símbolos natalinos. Murais: • Como eu vejo o Natal :desenhos, pinturas, fotos, gravuras, recortes de revistas. • Dos símbolos natalinos. ASPECTOS TRANSVERSAIS: ÈTICA: Respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade. SAÚDE: Vida coletiva. MEIO AMBIENTE: Relações sociais, econômicas e culturais do individuo X natureza e sua preservação. PLURALIDADE CULTURAL: Os diferentes grupos culturais e sociais. RECURSOS UTILIZADOS: • Vídeos, palestras, livros, revistas, jornais, textos versos, papéis diversos, gravuras, canetas coloridas, murais elaborados pelos alunos, etc. AVALIAÇÃO: A avaliação deve buscar entender o processo de cada criança e a significação que cada trabalho comporta. A observação do grupo, além de diária e constante, deve fazer parte de uma atitude sistemática do professor dentro do seu espaço de trabalho.

HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES (TEATRO)

Homenagem ao dia das Mães - Texto de Teatro Dia das Mães de Emílio Carlos (As criança entram. Cada criança faz uma fala. Outra opção é todas falaram juntas. Enquanto falam elas fazem gestos de mímica que ilustrem o que elas estão falando). (Música: dedilhado de guitarra/violão. Ou então de teclado.) Quando eu era bem pequeno Ainda era neném Eu morava dentro da sua barriga E queria muito lhe conhecer Eu ficava pensando Como será que você era Se era magra ou fofinha Se era azul ou amarela Você me dava carinho Você me dava atenção Passava a mão na barriga E aquilo era muito bom Eu vivia andando por aí Com você pra todo lugar Porque você é muito dinâmica Não é de sentar e parar O esquisito era quando Aquele médico passava um gelzinho E queria, curioso, Ficar olhando meu rostinho Nessa hora eu tinha vergonha E até virava de lado - Ei dá licença, olha pra lá Não vê que eu estou pelado? O tempo passou e eu Fui ficando maiorzinho E aí dentro, que era tão gostoso, Começou a ficar apertadinho Então eu fiquei sabendo Que era hora de nascer Fiquei naquela dúvida Mas eu queria te ver Papai do Céu tinha falado Que um anjo eu ia ter Mas esqueceu de dizer Que esse anjo era você. (Nessa hora as crianças entregam botões de rosa para as mães que estão sentadas na frente, e para as outras mães. Música em homenagem às mães.)

O SUPER- BETERRABA

Emilio O Super-Beterraba Tudo parecia tranqüilo naquela manhã de quinta-feira na cidade dos Vegetais. Seu Cenoura cuidava de suas cenourinhas, enquanto a dona couve reclamava do calor. Os tomates tomavam banho de sol e o Zé Espantalho espantava alguns pardais que queriam comer sementes de rabanete que acabavam de ser plantadas. Dona beterraba já ia preparar o lanche com muita água fresca e pediu ao Beterraba para se sentar. Mas nesse momento a luz vermelha piscou e o alarme tocou na casa dos Beterrabas. Sem perder tempo o Beterraba foi até a sala e apertou um botão na fruteira. O que parecia uma estante de livros era na verdade a entrada secreta da sala de controles-beterraba, cheia de TVs, computadores e aparelhos por todos os lados. Os sensores dos Beterraba tinham detectado uma emergência. O já conhecido Daniel, um menino humano que odiava legumes, tinha feito mais uma das suas. Para não ter que comer as cenouras do almoço jogou seu prato no chão e fez beicinho: - Eu não vou comer, mãe. A mãe do Daniel não sabia se catava os restos de comida e os cacos do prato do chão ou se catava o Daniel. Na dúvida foi buscar a vassoura. - Eu só quero salgadinho! – disse o Daniel fechando a cara. Ao ver aquela cena o Beterraba ficou estarrecido. Como pode alguém não gostar de cenouras? Logo elas que tem uma cor tão bonita? - O que foi dessa vez? – perguntou Dona Beterraba. - O Daniel, mãe. – respondeu o Beterraba inconformado. - Ah... – suspirou Dona Beterraba – É sempre o Daniel. Rapidamente o Beterraba entrou no seu Reformatador Molecular. Fechou a porta de vidro e apertou o botão vermelho. Imediatamente um raio energético atingiu em cheio o Beterraba transformando-o no Super-Beterraba. Vestido com sua roupa de super-herói o Super-Beterraba saiu voando pela porta enquanto a Dona Beterraba lhe acenava dando “tchau e boa sorte”. 15 fev Emilio Mas o Super-Beterraba ia precisar de muito mais do que sorte. Sabia que só conversa não convenceria Daniel a comer as cenouras do almoço. Entretanto o super-herói estava preparado – ou pelo menos achava que estava. Na casa de Daniel a mãe tinha acabado de limpar o chão. - Eu vou fazer outro prato! E dessa vez você vai comer! – disse a mãe do Daniel com a maior cara de brava deste mundo. Mas isso não convenceu o Daniel, que deu com os ombros assim que sua mãe virou as costas e foi para a cozinha. Enquanto voava a uma velocidade super-sônica o Super-Beterraba assistia tudo pelo seu super-relógio de pulso. Voando o mais rápido que seus poderes permitiam o Super-Beterraba entrou pela janela e pousou na mesa na frente de Daniel. - Oi – disse o Super-Beterraba. - Ai! – exclamou Daniel que se assustou. – Que... quem é você? - Eu sou o Super-Beterraba e vim bater um papinho com você. Daniel não podia acreditar nos seus olhos: - Você é um robô, um boneco ou o que? - Já disse: eu sou o super-Beterraba e vim falar com você. Daniel olhou em volta procurando cordões, mas não achou nada. - Onde estão os cordões de boneco? - Eu não sou um marionete. Sou um super-herói que veio aqui para salvá-lo. - Ah é: então destrói o prato de cenouras que a minha mãe vai trazer daqui a pouco. – disse Daniel. - Mas é justamente o contrário, rapaz. Cenouras só fazem bem pra saúde. É bom para o seu organismo. Você precisa comer legumes todos os dias – explicou o Super-Beterraba. 15 fev Emilio Mas Daniel continuava irredutível. E olhou para o herói com seu sorrisinho sarcástico, dizendo: - Imaginem só. Eu ouvindo conselhos de um pepino com cara de herói. - É beterraba, entendeu! Beterraba! - Eu não vou comer e pronto! Super-Beterraba suspirou. Sabia que papo não adiantaria. - Sendo assim você não me deixa outra escolha – disse o herói. - O que? Você vai chamar seu amigos legumes agora pra me atacar? A berinjela, o repolho e o abacate – ironizou o menino. - Abacate não é legume! – se irritou o herói. - Mas laranja é, não é? – disse o menino rindo da cara do herói. - Não!! – gritou o Super-Beterraba – É fruta! - E você é o que? Uma cebola? Rá, rá, rá! Daniel não se agüentava de tanto rir. Mas o Super-Beterraba estava vermelho de raiva. Sacou de sua pistola de raios hipnóticos Z e disparou. No mesmo instante o menino parou de rir e ficou totalmente sem ação. - Você gosta de cenouras... – disse o Super-Beterraba. - Eu gosto de cenouras... – repetiu o menino. - Você gosta de cenouras e de todos os legumes... - Sim – concordou o menino. - Agora eu vou desligar a pistola e você não vai se lembrar que eu estive aqui. O Super-Beterraba desligou a pistola e voou até a janela. Nesse mesmo instante a mãe do Daniel chegou com o novo prato de comida. - Se você não comer tudo dessa vez você vai ficar de castigo, mocinho. Daniel, que já se recobrava dos raios hipnóticos, ao ver o prato exclamou: - Cenoura! Que legal! - O que? – disse a mãe estranhando aquele comportamento e achando que o Daniel ia aprontar alguma. Mas o menino pegou o garfo e comeu a cenoura com gosto. - Amanhã você me faz uma salada de legumes? – perguntou Daniel. - Claro filho. Claro – respondeu a mãe, contente da vida. Da janela o Super-Beterraba sorriu. Mais um menino bem alimentado. E pensando assim voltou para casa com sua velocidade super-sônica pra tomar aquela água fresca, até que outra emergência o chame. 15 fev Emilio História narrada Se você quiser ouvir essa história narrada e dramatizada pelo autor entre em: http://www.1papacaio.com.br/modules.php?name=Sections&op=viewarticle&artid=318 Depois clique no desenho do alto-falante, que aparece no lado direito da tela.

A HORA DO BANHO

Emilio História - HORA DO BANHO Todo dia no final da tarde a mãe do Alfredo dizia assim: - Alfredo: hora do banho. Na hora o Alfredo respondia: - Primeiro o Julinho. Julinho, que era o irmão de Alfredo, dizia na hora: - Não primeiro o Alfredo. E começava a discussão pra ver quem ia tomar banho primeiro. A mãe precisava intervir todo dia e decidir quem ia primeiro. Nesse dia a mãe mandou o Alfredo ir primeiro. E o Alfredo não gostou. Entrou no banheiro com uma má vontade... E foi tirando a roupa lentamente. Muito lentamente. Brincava com a roupa, fazia caretas no espelho, dançava com a roupa na mão, de pé no chão frio. E o banho que é bom nada. A mãe do Alfredo começou a desconfiar que tinha algo errado. “Esse menino nem ligou o chuveiro ainda...”, pensou ela. - Alfredo: toma logo esse banho, meu filho. Está ficando frio e você vai se resfriar – disse ela. - Ta bom mãe – respondeu Alfredo lá de dentro do banheiro. Alfredo ligou o chuveiro. Mas não entrou embaixo da água não. Ficou fazendo dança da chuva dentro do banheiro. Depois foi ver como seus dentes eram legais no espelho. Depois resolveu brincar de homem das selvas no banheiro. Aquilo estava demorando muito e a mãe resolveu ir ver o que estava acontecendo. Quando abriu a porta do banheiro viu Alfredo lutando contra a água do chuveiro: - Tome isso ser do espaço: iáááá! - O que é isso Alfredo? Alfredo ficou branco! A mãe pegou-o na hora em que ele deu um golpe de Karatê na água que caía do chuveiro. Fez aquela cara de bolacha e ainda tentou se explicar: - É que a água estava me provocando... - Pare de brincar e tome logo seu banho, meu filho. Você está desperdiçando água e energia elétrica, Alfredo. É o mesmo que jogar dinheiro fora pelo ralo – explicou a mãe. - Ta bom – disse o Alfredo assim com cara de picolé. Foi só a mãe fechar a porta do banheiro e o Alfredo pensou: - Dinheiro pelo ralo? Deve ter sido o terrível pirata perna-de-pau que escondeu o dinheiro aqui! E no esgoto, que é o seu lugar. 2 set Emilio E se ajoelhou no chão frio do banheiro para olhar dentro do ralo ver se tinha ali algum tesouro escondido. Olhou e olhou e nada. Daí se sentou no chão do banheiro e começou a remar em seu barco imaginário. O barco entrou num temporal e para fazer as ondas Alfredo pegou uma esponja, molhou na água e jogou por todo lado, molhando a porta, as paredes, enfim todo o banheiro. O Alfredo já estava gelado. Também tanto tempo sem roupa ali e fora da água quente do chuveiro... Quando a esponja bateu na prateleira de xampus um vidro de condicionador se espatifou no chão e o barulho foi tão grande que a mãe abriu a porta. E viu o filho pelado sentado naquele chão frio e ainda sem ter tomado banho. Nessa hora a mãe perdeu a esportiva e disse: - Agora você vai ver Alfredo! O Alfredo até se encolheu de medo. Mas não adiantou nada. - Desculpe mãe! – suplicou o menino. - Venha aqui! – disse a mãe com aquela voz que não deixava dúvidas que a coisa agora tinha ficado feia. O Alfredo entrou debaixo d’agua e a mãe começou a esfrega-lo com a esponja. - Ô mãe! Eu não sou mais bebê! – reclamou ele. - Mas parece – respondeu a mãe esfregando suas costas. - Ô mãe... a... a... atchim! Alfredo começou a espirrar. Seu nariz começou a arder. A mãe mais que depressa enxugou Alfredo com a toalha. E pra ter certeza que ele não ia demorar vestiu o Alfredo. De noite o Alfredo espirrou várias vezes. No dia seguinte seu nariz estava escorrendo. E á tarde ele já estava com tosse. A mãe levou Alfredo ao médico. E lá o Dr. Teixeira deu aquele sabão no Alfredo: - Eu vou receitar esses remédios. Mas não é pra ficar peladão no banheiro tomando frio ao invés de tomar banho, hein Alfredo? Puxa, que furo! E o Alfredo ficou ali ouvindo o sermão do médico com sua cara de bolacha. Depois disso o Alfredo mudou. Sempre entrava no banheiro e tomava banho direitinho, sem demorar. Tomou os remédios do médico direitinho e sarou. Na escola passou a dar conselhos: - Demorar no banho é como jogar dinheiro fora pelo ralo. 2 set Emilio E os amigos ficavam espantados: - Óóóóóó

O MONSTRO DA PIZZA

Emilio O Monstro da Pizza Era uma tarde como outra qualquer. Ou pelo menos parecia. Dona Marlene ajudou seus dois filhos a fazerem as tarefas da escola. Depois eles tomaram o lanche da tarde. Então dona Marlene disse assim: - Vou ali na cabeleireira e já volto. Quero que vocês fiquem aqui brincando. Vocês vão se comportar? - Sim mamãe – responderam em coro Tampinha e Batatinha. - Ah: e quando eu voltar vou fazer uma pizza – disse a mãe. - Oba! – exclamaram as crianças. Tampinha então foi ver o seu programa favorito na TV: As Aventuras do Capitão Nojeira. E Batatinha foi brincar com suas bonecas. Quando viu estava brincando de fazer pizza. E pensou: - Hei: por que não fazer uma pizza de verdade? Batatinha já tinha visto sua mãe fazer pizza tantas vezes que achava que podia fazer uma também. - Por que esperar se eu posso fazer uma pizza agora? E assim Batatinha foi até a cozinha, vestiu um avental, pegou uma tigela da dona Marlene e se sentiu muito crescida. Primeiro pegou o trigo e virou o pote todo dentro da tigela. Depois colocou dois copos de óleo de soja. Depois colocou uma dúzia de ovos com casca e tudo dentro da tigela. Daí se lembrou que a mãe também usava sal e açúcar pra equilibrar a massa. Por isso pôs uma caneca de açúcar e um copo de sal na tigela. Mas parecia que ainda estavam faltando ingredientes. - Bem: pelo que eu me lembro a mamãe põe um pouco de tudo que tem aqui na cozinha... E assim dizendo Batatinha foi abrindo as portas dos armários da cozinha e foi colocando tudo que encontrou: um pouco de canela, um vidro de pimenta, um vidro de mostarda, outro vidro de catchoup. Depois abriu a geladeira, pegou dois tomates e cortou em rodelas. Pegou também toda a mussarela que estava numa vasilha e jogou no meio da massa. Misturou presunto, maionese e uma lata inteira de fermento. 11 mar Emilio Dona Marlene sempre dizia que tinha um segredo pra massa ficar assim tão gostosa e eletrizante. Batatinha não se lembrava qual era o segredo. Então abriu um outro armário e pegou: pilhas, pasta de dente e cola. E jogou tudo dentro da massa. Ligou a batedeira e bateu um pouco tudo aquilo. A mãe sempre colocava a massa no forno do fogão. Mas Batatinha pensou: - Hum... Por que demorar tanto se eu posso ser mais rápida? Vou colocar tudo no forno microondas! Dito e feito: esparramou aquela estranha massa numa forma de pizza, pôs no forno microondas e ligou na potência máxima. - Só vai demorar um minutinho – disse ela feliz da vida. Foi quando o Tampinha chamou: - Batatinha: vem cá ver o que o Capitão Nojeira está fazendo. - Já vou! – respondeu ela tirando o avental e correndo para a sala de TV. 11 mar Emilio Enquanto isso a estranha massa de Batatinha crescia no forno. Crescia. E crescia. A mistura foi crescendo tanto que encheu todo o forno microondas. Logo a porta do forno não agüentou mais e se abriu. E a massa continuou a crescer escorrendo para o chão, até que o microondas se desligou. De repente Tampinha e Batatinha ouviram um estrondo vindo da cozinha. - O que você estava fazendo? – perguntou Tampinha. - Nada. Só cozinhando – respondeu inocente Batatinha. Os dois correram até a cozinha. E quando chegaram lá viram a cena mais terrível de suas vidas: a cozinha estava toda suja de massa de pizza. Numa das paredes havia um buraco enorme que parecia exatamente a silhueta de um... - MONSTRO!!! – gritaram os dois irmãos apavorados. Olharam para fora da casa e um rastro de massa de pizza saia do quintal em direção à rua. Os dois irmãos pegaram suas bicicletas e saíram correndo seguindo as pegadas da massa de pizza. De repente viram à sua frente um terrível monstro de massa de pizza, com seus olhos de tomate, sua boca de pilha alcalina e seu formato disforme de massa mal cozida. - Da próxima vez que você for cozinhar me avise que eu saio junto com a mamãe – disse Tampinha. - Engraçadinho – retrucou Batatinha. O monstro se dirigiu até a pizzaria do bairro. Os funcionários da pizzaria mal podiam crer nos seus olhos e trataram de fugir dali. Foi sorte porque o monstro arrancou o telhado da pizzaria e começou a comer. Primeiro atacou todas as massas de pizzas e os recheios. E quando isso acabou começou a comer as cadeiras da pizzaria. 11 mar Emilio Junto gente do bairro inteiro pra ver o monstro. E todos olhavam apavorados para aquele apetite voraz do monstro com cheiro de orégano. Tampinha pegou uma pedra, a maior que encontrou, e atirou contra o monstro com seu estilingue. A pedra entrou dentro daquela massa e ficou. E o monstro nem sentiu. Diante disso Tampinha sacou de mini-computador de bolso. - Ei! Não é hora de jogar joguinho! – esbravejou Batatinha. - Nada disso. Eu vou é fazer cálculos. – respondeu Tampinha. Colocando seu computador pra funcionar Tampinha descobriu que a combinação dos ingredientes que Batatinha colocou mais a radiação do microondas na potência máxima criaram o monstro. Enquanto isso o monstro da pizza comia as mesas da pizzaria. Mas passou direto por uma caixa cheia de detergente. - É isso! – exclamou Tampinha. - O que? – quis saber Batatinha. - Quando a mamãe quer limpar a sujeira o que é que ela usa? 11 mar Emilio - DETERGENTE! – disseram os dois juntos. Então pegaram suas bicicletas, foram até o mercadinho e pegaram 2 caixas de detergente. - Depois eu pago, seu Zé! – disse Tampinha montando em sua bicicleta. Os dois irmãos sabiam que agora dependia deles. Porque o monstro da pizza estava acabando de comer a última mesa e já procurava outro alvo para atacar. Então pegaram seus estilingues e começaram a disparar vidros de detergente contra o monstro. Dessa vez o monstro sentiu e se virou contra eles. - Mais rápido, Batatinha! – disse Tampinha disparando mais detergente. Eles já tinham usado uma caixa de detergente e parecia que não estava surtindo efeito. - Tem certeza que seus cálculos está certos? - Claro Batatinha. O monstro já devia estar derretendo. O monstro começou a se movimentar na direção dos dois. Era óbvio que ele queria jantar os dois irmãos e a bicicleta de sobremesa. Tampinha e Batatinha continuavam atirando detergente contra o monstro. Então de repente ele começou a diminuir. E diminuir. E diminuir. - Está dando certo, Tampinha! - Continua Batatinha! O detergente estava destruindo a estrutura molecular do monstro da pizza. Ele derreteu e derreteu, mas ainda continuava se aproximando de Tampinha e Batatinha. Sobravam apenas 2 vidros de detergente. - Tem que ser agora! – gritou Tampinha. E os dois dispararam os últimos detergentes contra a boca do monstro, que acabou de derreter. Seus olhos de tomate então caíram um na cabeça do Tampinha e outro na cabeça da Batatinha. - Argh! Que meleca! – disse Batatinha. - Legal! Me sinto o Capitão Nojeira! – disse Tampinha. 11 mar Emilio Tampinha e Batatinha ganharam uma salva de palmas da multidão, aliviada com o fim do monstro. O dono da pizzaria tinha seguro contra monstro e por isso não se desesperou com os prejuízos. Ao contrário, lançou uma promoção chamada kit-monstro: você comprava uma pizza e ganhava junto um bonequinho do monstro. A TV veio entrevistar os dois. Enquanto isso dona Marlene chegava em casa e via a situação de calamidade em que sua cozinha se encontrava. Levou muito tempo para os dois explicarem a ela o que tinha acontecido. E ela só acreditou quando viu a matéria no jornal da TV, junto com o pai, seu Marcelo. O pai e a mãe decidiram que a Batatinha precisava de um castigo, pra aprender anão mexer mais na cozinha sem ordem da mãe. E proibiram Batatinha de entrar na cozinha por um mês.

MINHOQUILDA E A GALINHA CO-CÓ

Emilio História - MINHOQUILDA E A GALINHA CO-CÓ MINHOQUILDA E A GALINHA CO-CÓ Era uma vez uma minhoca chamada Minhoquilda. Morava desse lado do morro na casa de seus pais: seu Minhoco e dona Minhoca. Minhoquilda tinha um irmão – o Minhocaldo – e os dois gostavam muito de brincar juntos. Toda manhã seu Minhoco saia para escavar a terra. Dona Minhoca cuidava da casa e às vezes ia até o mercadinho das minhocas, comprar algumas coisinhas. Do outro lado do morro morava a galinha Co-có. Ela vivia ciscando por aí, cutucando o chão em busca de alguma coisa para comer. Gostava de comer milho e insetos. Mas seu prato preferido era... minhocas. Naquele dia a galinha Co-có já tinha vasculhado todo o lado de lá do morro. E não tinha achado uma única minhoca. Na verdade elas fugiram pro lado de cá do morro, com medo da galinha. A galinha Co-có então foi subindo o morro, subindo o morro, e de repente chegou lá no alto. E viu a casa da Minhoquilda. Viu mais ainda: dona Minhoca saindo de casa e dizendo: - Eu vou ao mercadinho, crianças. Fiquem aí dentro de casa até eu voltar. - Sim, mamãe – responderam Minhoquilda e Minhocaldo. Nesse instante a Co-có teve uma idéia: papar os dois irmãos. Esperou dona Minhoca se afastar, pensando: “Essa eu papo mais tarde”. E desceu o morro sem fazer muito barulho, pra não assustar Minhoquilda e Minhocaldo. Foi se aproximando da casa e com seu bico bateu na porta. - Quem é? – perguntou Minhoquilda. - Sou eu – respondeu a galinha Co-có. - Eu quem? – perguntou Minhocaldo. - Eu – respondeu a galinha. - Abram a porta. Mas os dois irmãos não abriram. Porque sabiam que não se deve abrir a porta para estranhos. A galinha Co-có ficou brava. Mas tentou disfarçar o nervosismo dizendo: - Eu trouxe uns docinhos pra vocês. A galinha mentia para enganar as minhocas. Mas Minhoquilda e Minhocaldo não caíram na conversa. - Não podemos abrir. Você é uma estranha e não podemos abrir a porta. A galinha ficou morta de raiva. Bicou mais forte ainda na porta e disse: - Abram logo. Aqui fora está muito frio. 9 ago Emilio Mas as minhocas olharam para a janela e viram o lindo sol brilhando e esquentando tudo. Era mais uma mentira da galinha Co-có. As minhocas então olharam pelo buraco da fechadura e viram a malvada galinha na porta. Se assustaram e tentaram pensar num jeito de se livrar da galinha, antes que sua mamãe voltasse e a galinha atacasse dona Minhoca. A única solução encontrada foi usar o rádio-minhoca para chamar o pai. - Papai! Socorro! Estamos sendo atacados pela galinha Co-có. Ao ouvir isso seu Minhoco reuniu todos os seus amigos minhoca para salvar sua família. Segurando pás e martelos as minhocas resolveram enfrentar de vez essa galinha que sempre os atacava. A notícia se espalhou pelos túneis e dentro de pouco tempo centenas de minhocas estavam andando por baixo da terra na direção da casa do seu Minhoco. Enquanto isso a galinha Co-có perdia a paciência de vez: - Abram senão eu vou derrubar a casa de vocês! E dizendo isso deu uma bicada bem forte no telhado. Mas a casa foi construída para resistir aos ataques das galinhas – e por isso nem se mexeu. Minhoquilda e Minhocaldo riram. A galinha Co-có então ameaçou: - Ah é? Pois então eu vou sentar em cima da casa de vocês! Os dois irmãos ficaram com medo. Por essa eles não esperavam. A casa não resistiria a isso. E foi nessa hora que um exército de minhocas, liderado pelo seu Minhoco, apareceu da terra cercando a Co-có. - Vá embora daqui, Co-có! – disse seu Minhoco muito bravo. A galinha ainda tentou atacar seu Minhoco. Mas todas as minhocas atacaram primeiro - e a única saída da Co-có foi fugir, voltando para o lado de lá do morro. - E não volte nunca mais! – disse seu Minhoco enquanto a galinha subia o morro apavorada. Todos gritaram “êêêêê” comemorando. E foi nessa hora que dona Minhoca, voltando do mercadinho, viu aquela multidão e pensou: - Será que o Minhoco vai fazer uma festa? Se for vamos precisar de mais suco e refrigerante. Emílio Carlos emiliodicarlos@yahoo.com.br

A VARINHA MÁGICA

Emilio História - A VARINHA MÁGICA A Varinha Mágica (de Emílio Carlos) Era uma vez uma bruxinha chamada Lelé que ganhou uma varinha mágica. Ela estava tão contente, mas tão contente com a varinha, que queria fazer mágicas e mais mágicas. Por isso foi até o campinho onde ela e os amigos brincavam. Nisso chegou o Sapo Godofredo, amigo da Bruxinha Lelé. A Bruxinha contou a novidade para o sapo, que ficou fascinado. E disse: - Ô Lelé: me transforma no Super-Sapo, vai! A Bruxinha Lelé se preparou e fez a mágica: - Alabam, Alabim e tchu! Só que a mágica deu errado e o Godofredo se transformou num... cahorro. - E daí? – perguntou o sapo – Agora eu sou o Super-Sapo? - Eu prefiro não dizer... – disse a Bruxinha. Nessa hora chegou Juca, o palhacinho do circo. - Que legal, Lelé! Cachorrinho novo? - Cachorrinho! Você me transformou num cachorrinho? – disse o sapo. - Desculpe. Foi sem querer – respondeu a Bruxinha. – É que eu estou aprendendo a fazer mágicas ainda. - Eu quero voltar a ser sapo! – disse Godofredo. - Calma, eu vou tentar – disse a Bruxinha se preparando para fazer uma nova mágica. – Alabam, Alabim e tchu! Só que na hora da mágica a bruxinha apontou a varinha para o palhacinho, que virou... um sapo vermelho. - Ei! – exclamou o sapo Godofredo – eu é que queria ser sapo. - Estou me sentindo meio estranho... – e dizendo isso Juca comeu uma mosca que voava perto dele. A Bruxinha Lelé tentou acalmar todo mundo: - Tenham calma que eu já resolvo tudo isso. Vizinho ao campinho morava um homem mal, que não gostava de crianças. O nome dele era Omar Doso. - Eu ouvi tudo atrás do muro. Preciso pegar essa varinha mágica. Daí vou ser um bruxo muito poderoso. E dizendo isso Omar Doso riu e riu. No campinho os amigos reclamavam: - Eu não quero ser sapo – disse Juca Palhacinho. - Mas eu quero – disse o Sapo Godofredo. Foi aí que chegou Frankinho, o inventor da turma. E estranhou o cachorro e o sapo vermelho. 1 out Emilio Lelé explicou: - Foi essa varinha mágica. Não acertei ainda o jeito de usa-la. - Vai ver você fez alguma coisa errada, Lelé – disse Frankinho. - Não, eu fiz direitinho. Quer ver? Alabam, Alabim e tchu! - Nããããoooo! – gritaram Juca e Godofredo. Mas era tarde demais. Lelé tinha transformado Frankinho... num burro. Sem querer Juca e Godofredo começaram a rir. - Do que vocês estão rindo? – quis saber Frankinho. - É que você... se transformou... num burro – disse Juca sem conseguir conter o riso. Frankinho ficou espantado: - O que? Logo eu, um inventor, transformado num burro? - Calma gente: eu vou resolver – disse Lelé tentando acalmar os amigos, que cada vez ficavam mais nervosos. Sem ser visto pela turma Omar Doso se aproximou por trás da Lelé para pegar a varinha. - Mas afinal qual é a mágica certa? – perguntou Frankinho. - É essa: Alabam, Alabim e tchu – respondeu Lelé, virando a varinha para trás, justamente na direção do seu Omar que virou... um macaco! - Ei! O que fizeram comigo? – disse Omar Doso muito nervoso. - Eu conheço essa voz... – disse a Bruxinha Lelé. - É do seu Omar! – exclamou Juca desatando a rir. Seu Omar ficou muito bravo: - Eu não gostei, viu? Não gostei! – e foi-se embora para a casa dele. - Espere, seu Omar. Eu posso resolver – disse a Bruxinha Lelé. Mas era tarde. Seu Omar tinha ido pra casa. - Lelé: resolve logo isso, vai! – pediu Godofredo. - Tinha alguma coisa... – disse a Bruxinha pensando – que a minha tia disse... Ah, já sei! Lembrei como desfazer o feitiço. Fiquem todos juntos que eu vou fazer a mágica. - Dá até medo – disse o Sapo Godofredo. - Atenção: Alabam, Alabim, e tchu tchu! Dessa vez a mágica deu certo e todos voltaram ao normal. - Êêêêê!!!! – gritaram eles. - Voltamos ao normal – disse Frankinho aliviado. - Até que foi engraçado! – exclamou Juca Palhacinho. - É, até que foi. – disse o sapo Godofredo sem convicção. - Gente, mas... e o seu Omar? – perguntou a Bruxinha. 1 out Emilio Nessa hora todos olharam para o muro e viram o macaco, quer dizer, Omar Doso em cima do muro com uma banana. - Espere seu Omar. – disse Lelé indo para perto do muro – Eu sei como desfazer a mágica. - Nada disso! Deixe eu comer minha banana em paz! - Mas seu Omar.... – insistiu a Bruxinha. - Saia daqui. Não tem banana pra você não. – disse seu Omar-caco. A Bruxinha fingiu que ia embora: - Ta bom, seu Omar. Mas rapidamente fez a mágica: - Alabam, Alabim e tchu tchu! E nessa hora seu Omar voltou ao normal. E disse: - Eu quero mais bananaaaas! (As crianças riem. Fim)

TEATRO

O Natal de Joca e Clarinha De Emílio Carlos (Entram Joca e Clarinha) JOCA – Oi pessoal. Eu disse: oi pessoal! CLARINHA – Oi pessoal. JOCA – Gente: eu estou muito feliz hoje! CLARINHA – Por que, Joca? JOCA – Porque a gente ta pertinho do... Natal!!!! CLARINHA – Êba! JOCA – Eu espero o ano inteiro pelo Natal. CLARINHA – Eu também. JOCA – E sabem por que é que eu gosto do natal? CLARINHA – Por que? JOCA – Porque a gente ganha... presentes!!!!! Eu até já fiz uma lista, viu? CLARINHA – Fez lista de presentes? JOCA – É, claro. Quer ver? Pro papai eu pedi um carrinho. E pra mamãe eu pedi um robô de controle remoto. CLARINHA – Joca.. JOCA – (sem ouvir) Pro meu tio João eu pedi um carrão. E pro meu padrinho eu pedi um joguinho. CLARINHA – Joca... JOCA – Pra minha avó Renata eu pedi um jogo de pirata. E pro meu avô Joca eu pedi uma motoca. CLARINHA – Jooocaaa!!!! JOCA – O que foi? CLARINHA – Terminou? JOCA – Não. Tem mais um monte de presentes que eu pedi. (ao público) É bom ter parente, né? CLARINHA – Joca: não é esse o sentido do natal. JOCA – Como assim? CLARINHA – O Natal não existe pra ganhar presentes. JOCA – Mas na televisão eles falam: (imita) “Peça pra mamãe, peça pro papai”... CLARINHA – Na televisão, né Joca? O que eles não explicam é que o Natal é uma festa de aniversário! JOCA – Aniversário? Opa, to dentro! De quem é o aniversário? CLARINHA – Joca: no Natal nasceu Jesus! JOCA – Nossa, é mesmo. Eu estava me esquecendo... CLARINHA – Jesus veio ao mundo para nos salvar. JOCA – E para ensinar a Palavra de Deus. CLARINHA – Isso mesmo. Então a festa é de Jesus. JOCA – E o que é que ele vai ganhar? CLARINHA – Depende. O que é que você vai dar pro menino Jesus? JOCA – (pensativo) Bom... assim... (desanima) não sei... Do que é que ele gosta? CLARINHA – Jesus gosta de muitas coisas, Joca. JOCA – Vai: fala aí que a gente compra e dá pra ele. CLARINHA – As coisas que Jesus gosta não dá pra comprar, Joca. JOCA – Não??? CLARINHA – Só dá pra oferecer. Jesus gosta de criança que se comporta, que obedece os pais... JOCA – To entendendo. CLARINHA – Jesus gosta que a gente ajude os pobres... JOCA – Que legal! CLARINHA – Jesus gosta que a gente ame todas as pessoas como nossos irmãos. Você pode dar esses presentes a ele? JOCA – Eu posso! Quem pode dar esses presentes a Jesus levante a mão!!!! CLARINHA – Que legal! JOCA – Olha, eu tenho uma idéia: na noite de Natal vamos todos rezar. E daí vamos oferecer o nosso coração de presente pra Jesus!!!! CLARINHA – Êêêêêê! JOCA – E vamos também repartir o que temos com as crianças pobres. Vamos doar brinquedos e alimentos para quem precisa! CLARINHA – Assim Jesus vai ficar muito feliz com a gente! JOCA – Olha Clarinha: vamos cantar uma música para Jesus? CLARINHA – Vamos lá. JOCA – Vamos lá, pessoal! Vamos cantar Noite Feliz! Quero ver todo mundo cantando, hein? (Música: Noite Feliz. Os bonecos cantam junto com todos. Sugestão: podemos ter a participação de um coral infantil ou de músicos) (Na frente do teatro de bonecos está uma manjedoura. Entram Maria e José. O menino Jesus, enrolado em faixas, está nos braços de Maria, que o coloca na manjedoura. Maria se ajoelha do lado esquerdo da manjedoura – o lado de quem vê do público – e José fica em pé do lado direito) JOCA – Viva Jesus! CLARINHA – Viva! JOCA – Viva Maria! CLARINHA – Viva! JOCA – Viva José! CLARINHA – Viva! JOCA – Feliz Natal, pessoal!!!! CLARINHA – Feliz Natal!!! JOCA – Tchau! CLARINHA – Tchau! JOCA – Tchau! CLARINHA – Tchau! (Observação: o texto pode também ser encenado por pessoas somente – com um ator fazendo o Joca e uma atriz fazendo a Clarinha. Lembrar que o Joca é do tipo meio atrapalhado e cômico, e a Clarinha é do tipo otimista. Os dois são crianças. Joca tem 6 anos e Clarinha tem 9 anos). - FELIZ NATAL – F I M ************************************************************************************

TEM DIA QUE PRECISAMOS CHORAR.

Tem dias em que precisamos chorar, deixar fluir em lágrimas a dor que nos comprime o coração... assim, as emoções contidas se dissipam e a alma, lavada, mais leve, pode sorrir de novo... Tem dias em que precisamos lutar, deixar pra trás nossas angústias e medos e enfrentarmos a batalha da vida... sem contudo, esquecer, que a vida é feita de muitas batalhas e que, vitorioso não é aquele que vence todas as batalhas a qualquer preço, mas o que sabe reerguer-se, com honra, após a derrota e que sabe lutar com respeito ao seu adversário... Tem dias em que precisamos sorrir, extravasar alegria, expandir o espírito sem medo de ser feliz... porém, nem só de sorrisos é feita a vida, e há que se saber conter o riso, mantendo a serenidade em todos os momentos que atravessamos... Tem dias que precisamos amar de forma profunda, de um jeito sem jeito, entregando o coração... entretanto, saber amar e se amar faz-se necessário, do contrário, confundiremos amor e egoísmo e sofreremos as angústias decorrentes de nossa falta de amor próprio, ante os inevitáveis afastamentos dos objetos do nosso amor... o verdadeiro amor liberta, nada pede, tudo doa sem nada esperar em troca... Tem dias que precisamos pensar, escrever, expor idéias, dialogar... mas é preciso saber calar e ouvir, para que aprendamos a conviver com nosso semelhante e respeitar seu direito à liberdade de pensamento... Tem dias que precisamos ter fé, buscar essa força extra que nos redime, nos encoraje, nos dê força para suportar as dificuldades da vida... sem ela, seremos vulneráveis as intempéries, as dificuldades e as pedras do caminho, necessárias ao nosso aprimoramento moral... Tem dias em que precisamos ser consolados, buscamos um abraço amigo, um afago, uma palavra de carinho... se a encontramos braços que nos abracem, mãos que nos afaguem, que sejamos nós os que abracem e afaguem a outros que, como nós, buscam essas energias curadoras... Todo dia Deus nos lembra que somos necessários a tantos quantos precisem do mesmo que nós

Gostar do que faz, faz toda a diferença.

Gostar do que faz, faz toda a diferença, traz uma recompensa natural, que independe de prêmios, de salários, de elogios, e quando, além de gostar do que faz, a pessoa se empenha em fazer o seu melhor, transforma qualquer profissão em "arte". Assim, temos padeiros que criam pães divinos, cozinheiros com mãos temperadas de amor, costureiras que criam "vestes" e não apenas roupas, cabeleireiras que nos transformam, médicos que curam até no falar, na pré-consulta, copeiras que fazem cafés que reanimam, pessoas amáveis, que se tornam indispensáveis. Note uma coisa em comum nessas pessoas, onde você for, a hora que chegar, não importa o dia ou a temperatura, essas pessoas estão sempre de bem com a vida, mesmo atravessando por grandes problemas, como todo mundo, mas ainda assim, não deixam de sorrir e se colocar diante da vida como servidores, trabalhadores do bem, cada um em sua profissão, com humildade, dignidade e ALEGRIA. Encha-se dessa alegria dos que praticam, a divisão do que contagia, a soma dos desejos, a multiplicação dos talentos, criando amigos, subtraindo a dor, trabalhando sempre, sempre com base no AMOR. (Paulo Roberto Gaefke)

você é especial

Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos sujos, por decisões que tomamos e/ou pelas circunstâncias que vêm em nossos caminhos. E assim, ficamos nos sentindo desvalorizados, sem importância. Porém, creiam, não importa o que aconteceu ou acontecerá, jamais perderemos o nosso valor diante de Deus e do Universo. Quer estejamos sujos, quer estejamos limpos, quer amassados ou inteiros, nada disso altera a importância que temos. A nossa valia. O preço de nossas vidas não é pelo que temos, fazemos ou sabemos, mas pelo somos! Somos especiais! Você é especial. Muito especial. Jamais se esqueça disso!"

Mensagem

Rir é se arriscar a ser bobo, Chorar é se arriscar a parecer sentimental. Querer alguém é se arriscar ao compromisso. Expressar sentimentos é se arriscar ao desprezo, Expor seus sonhos frente às pessoas é arriscar-se ao ridículo, Amar é arriscar-se a não se correspondido, Adiantar-se na presença de adversidades é arriscar-se à falha, Mas os riscos devem ser enfrentados, por que o maior dos perigos na vida é não arriscar-se a nada, pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada, é nada...Poderá evitar o sofrimento, mas não poderá aprender, sentir,modificar, crescer ou amar.É um escravo aprisionado por suas incertezas e inseguranças somente a pessoa que se arrisca é livre!!!!"
Como identificar os alunos que sofrem do distúrbio de atenção e ajudá-los a continuar aprendendo A sala de aula ele é o "pestinha": arranca os brinquedos dos colegas, anda de um lado para o outro, não fica mais de dois minutos sentado no mesmo lugar. Nunca termina as tarefas solicitadas e sai da sala várias vezes sem pedir licença. Em algumas ocasiões, chega a ser agressivo. Esse comportamento, geralmente confundido com indisciplina, é característico de um distúrbio de atenção que atinge cerca de 5% das crianças e adolescentes de todo o mundo: a hiperatividade. Conhecer os sintomas e aprender a lidar com esse problema é uma obrigação de qualquer professor que não queira causar danos a seus alunos. Afinal, a demora em diagnosticar o caso pode trazer conseqüências sérias para o desenvolvimento da criança. Alan Akel, de 12 anos, sofria nas aulas e teve de atrasar seu aprendizado (hoje está numa classe intermediária entre a 3a e a 4a série) porque a direção da escola que freqüentava, em São Paulo, não identificou que havia algo de errado em seu comportamento. Os pais foram obrigados a retirá-lo do estabelecimento e só descobriram que o filho era hiperativo quando a direção de outro colégio os orientou a procurar um médico. Embora prejudique a capacidade de concentração e atenção, a hiperatividade é facilmente tratável. Além da medicação, a reorientação pedagógica na escola ajuda o aluno a não perder rendimento. Alan, por exemplo, apresentou melhoras assim que passou a ter um atendimento especial. "Ele é inteligente e consciente de seu problema, o que faz com que controle melhor a instabilidade emocional", afirma Egle Mazzocchi de Souza, coordenadora pedagógica da Essência Equipe de Ensino, onde ele estuda numa turma com apenas seis crianças e dois professores. Segundo o psiquiatra Ênio Roberto de Andrade, coordenador do Ambulatório de Transtornos de Deficiência de Atenção do Hospital das Clínicas, de São Paulo, a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso aumentar o nível de concentração para aprender. "O diagnóstico clínico, no entanto, deve ser feito com base no histórico da criança", explica. "Por isso, a observação de pais e professores é fundamental." Geralmente, os hiperativos se mexem muito durante o sono quando bebês. São mais estabanados assim que começam a andar. Às vezes, apresentam retardo na fala, trocando as letras por um período mais prolongado que o normal. Em casa, esses sintomas nem sempre são suficientes para definir o quadro. Na escola, porém, eles são determinantes. O distúrbio ainda não tem uma causa única comprovada. Sabe-se que a origem é genética e que seus portadores produzem menos dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e pelo poder de concentração, que atua com maior intensidade nos gânglios frontais do cérebro. Isso explica o fato de os hiperativos não se concentrarem e esquecerem facilmente o que lhes é pedido. Pela alta incidência em meninos — cerca de 80% dos casos —, acredita-se que o problema possa estar relacionado também ao hormônio masculino testosterona. Três fatores principais ajudam a distinguir o hiperativo da criança que tem apenas um distúrbio de atenção mais leve e daquela que busca apenas chamar a atenção: a contínua agitação motora, a impulsividade e a impossibilidade de se concentrar, seja em brincadeiras ou em atividades pedagógicas. Essas atitudes devem ser constantes durante pelo menos seis meses seguidos (leia no quadro ao lado outros sintomas típicos). Rotina estimulante e regras claras ajudam a controlar a excitação "Os professores que têm alunos hiperativos precisam de paciência e disponibilidade, pois eles exigem tratamento diferente, mais atenção e uma rotina especialmente estimulante", afirma Regina Borella, orientadora pedagógica do Colégio Pueri Domus, de São Paulo. Ela viveu essa situação quando Vicente*, de 5 anos, foi matriculado no Pueri. Os pais chegaram avisando que o filho precisava de limites claros, pois era "desobediente e mal-educado". Bastaram dois meses para a educadora suspeitar de hiperatividade. A escola, então, sugeriu aos pais uma consulta com um psiquiatra ou neurologista para confirmar o diagnóstico e, simultaneamente, passou a trabalhar de forma diferenciada com o garoto. Ele era colocado junto de alunos mais tranqüilos, para que sua agitação não encontrasse seguidores, e nas atividades de roda a professora estava sempre ao seu lado. Regina chegou a criar uma regra contra as "fugas" da sala: todas as manhãs, Vicente faz três riscos com giz no quadro-negro. É o número de vezes que pode sair. Sempre que se levanta, ele apaga uma das marcas. O limite funcionou. Hoje, o menino se controla mais antes de deixar a classe. Nem sempre os pais admitem que o filho é hiperativo. "Muitos acham que a criança é esperta demais e, por isso, está sempre interessada em novidades", afirma Helena Samara, diretora da Escola Móbile, de São Paulo. "Além disso, eles acreditam que o tratamento com medicamentos pode tirar a espontaneidade do pequeno." Helena tem dois alunos nessa situação matriculados em suas turmas. Para um deles, a escola desenvolve sozinha um trabalho pedagógico intensivo, pois os pais não aceitam o diagnóstico. Dificuldade para convencer alguns pais de que os filhos sofrem do problema "Em casos leves, o distúrbio pode ser tratado apenas com terapia e reorientação pedagógica", diz o psiquiatra Ênio de Andrade. "Os casos graves necessitam de tratamento com medicamentos." O tratamento é feito por um período mínimo de dois anos, mas deve durar até a adolescência, quando os sintomas diminuem ou desaparecem, graças ao amadurecimento do cérebro, que equilibra a produção da dopamina. Para a psicóloga Mônica Duchesne, da Associação Brasileira do Déficit de Atenção, outra conseqüência da hiperatividade é a baixa auto-estima das crianças, que surge quando elas notam que são diferentes das demais — em alguns casos, são as únicas a não concluir o dever. "Isso pode criar um estigma que traz repercussões sociais", analisa. O aluno Matheus*, da Móbile, cujos pais também refutam o diagnóstico de hiperatividade, sofreu essas conseqüências. Ele se sentia inferior porque era repreendido por seu comportamento agressivo. As professoras, então, começaram a elogiar o que ele produzia. Seis meses depois, Helena Samara notou diferença: "Ele está afável com os amigos e já relata em casa o que faz na escola, sinal de que sua percepção aumentou". se a hiperatividade não for adequadamente tratada na infância, pode deixar seqüelas na fase adulta, como desorganização para executar tarefas e rotinas diárias, distração excessiva, sonolência diurna e cansaço mental. Além disso, a pessoa corre o risco de se tornar hipersensível a críticas e irritadiça, apresentar aparente falta de motivação e rancor exagerado, bem como problemas de memorização.

Diagnóstico da hiperatividade

Edição Maio de 2000 Índice Módulo 1 - desatenção Observar se a criança exibe os seguintes sintomas: não presta atenção a detalhes e faz erros por descuido nas tarefas escolares, trabalhos ou outras atividades; tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou jogos; parece não escutar quando lhe falam diretamente; não segue as instruções até o final e não termina tarefas escolares, atribuições domésticas ou deveres (que não seja devido a comportamento opositivo ou incapacidade de entender as instruções); tem dificuldade em organizar tarefas e atividades; evita, desgosta ou é relutante em se engajar em tarefas que exigem esforço mental mantido; perde coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas; é facilmente distraído por estímulos externos; é esquecido em atividades diárias. Módulo 2 - hiperatividade/impulsividade Observar se a criança exibe os seguintes sintomas: agita mãos ou pés ou se remexe na cadeira; abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentada; corre ou escala em demasia em situações impróprias; tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer; está sempre "a todo o vapor"; fala demais; é impulsiva; dá respostas precipitadas, antes de ouvir a pergunta inteira; tem dificuldade de aguardar sua vez; se intromete na conversa dos outros ou a interrompe. Resultados O aluno é predominantemente desatento se forem observados seis ou mais sintomas do módulo 1 e alguns sintomas do módulo 2; O aluno é predominantemente hiperativo/impulsivo se forem observados seis ou mais sintomas do módulo 2 e alguns sintomas do módulo 1; O aluno considerado misto se forem observados seis ou mais sintomas dos módulos 1 e 2. Crianças hiperativas podem apresentar melhoras consideráveis em seu comportamento e desenvolvimento pedagógico se algumas regras forem consideradas. Aí vão as sugestões da psicóloga Mônica Duchesne e do psiquiatra Ênio Roberto de Andrade: trabalhe com pequenos grupos, sem isolar as crianças hiperativas; dê tarefas curtas ou intercaladas, para que elas possam concluí-la antes de se dispersar; elogie sempre os resultados; use jogos e desafios para motivá-las; valorize a rotina, pois ela deixa as crianças mais seguras, mas mantenha sempre elevado o nível de estímulo, através de novidades no material pedagógico; permita que elas compensem os erros: sutilmente, faça-as pedir desculpas quando ofenderem os colegas ou convença-as a arrumar a bagunça em classe; repita individualmente todo comando que for dado ao grupo e faça-o de forma breve e usando sentenças fáceis de entender; peça a elas que repitam o comando, para ter certeza de que escutaram e compreenderam o que você quer; dê uma função oficial às crianças, como a de ajudante do professor; isso pode melhorar o relacionamento delas com os colegas e abrir espaço para que elas se movimentem mais; mostre os limites de forma segura e tranqüila, sem entrar em atrito; oriente os pais a procurar um psiquiatra, um neurologista ou um psicólogo. Para seguir os conselhos acima providencie os seguintes materiais e deixe-os sempre ao alcance dos alunos na sala de aula: Caixa com gibis e caixa com livros de histórias infantis. A criança hiperativa, quando faz uma atividade do começo ao fim, geralmente termina antes dos outros. Nesse caso, deixe que ela leia revistinhas ou livros, como forma de premiação. Mas certifique-se de que o aluno está realmente lendo e não fingindo que lê. Dê a ele atividades de leitura com responsabilidade. Peça, por exemplo, que ele conte para os outros o que leu, o que achou legal na história, qual é o personagem mais engraçado, mais maluco, inteligente, diferente etc. Ou então peça para ele desenhar a história lida, o que vale tanto para gibis como para livros de histórias. Palavras cruzadas, jogos de trilha, atividades com figuras (jogo dos sete erros, ligue os pontos, encontre a figura escondida). É importante oferecer à criança hiperativa atividades diversificadas que exijam atenção mas que não a desgaste intelectualmente. Assim, ela terá sempre prazer em executá-las. Essas atividades têm também a função de premiar o aluno por ter terminado o trabalho rotineiro com atenção. Atividades que estimulem as quatro operações: somar, subtrair, multiplicar e dividir, todas com desenhos que contextualizem o assunto. Aparelho de som e fitas ou CDs de música erudita. Esse tipo de música mantém o ambiente calmo e pode ser tocado enquanto os alunos fazem as atividades. Com isso, você também estará educando musicalmente as crianças.